POESIA
Língua portuguesa
Última flor do Lácio, inculta e bela,És, a um tempo, esplendor e sepultura:Ouro nativo, que na ganga impuraA bruta mina entre os cascalhos velaAmo-se assim, desconhecida e obscuraTuba de algo clangor, lira singela,Que tens o trom e o silvo da procela,E o arrolo da saudade e da ternura!Amo o teu viço agreste e o teu aromaDe virgens selvas e de oceano largo!Amo-te, ó rude e doloroso idioma,Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",E em que Camões chorou, no exílio amargo,O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
(Olavo Bilac)
Nenhum comentário:
Postar um comentário